Agora o Blues com Z é 100% Blues Brasil.
Essa é nossa mais nova iniciativa para divulgar e incentivar o gênero no país.
De Norte a Sul do Brasil o Blues é praticado e estamos abrindo espaço para todo brasuca que queira expressar seu feeling Blues.
Continuamos com os bate-papos. Toda semana um nome ou uma banda nacional para nos contar como é fazer Blues por aqui.
"....O velho Blues não tem formato, nem receira, nem religião,a cor da pele não se mete nisso..."




Seja bem-vindo, o blues vai rolar! E como dizia o mestre Muddy Waters, "pedras que rolam não criam limo".


31 de dezembro de 2007

Blues com Z 2008 - 07/01/2008


ENTREVISTA COM ROSANE CORRÊA

A primeira edição de 2008 do Blues com Z (07/01) vai destacar a Mulher no Blues. Poucas mulheres ousaram romper o machismo encrustrado no Blues. Nos tempos atuais, a mulher, não só se libertou desse preconceito, como também descobriu que o Blues expressa as diversidades e alegrias de sua alma , celebrando, assim, homem e mulher, o triunfo de sua existência.
Nossa convidada para um bate-papo é cantora de Blues carioca, ROSANE CORRÊA (FOTO), novo talento feminino do Blues feito no Brasil. Além de cantora, ROSANE é psicóloga, atriz, bailarina, dubladora....
ROSANE nos contou um pouco de sua trajetória, e nós publicamos para você.
Novo ano, novas esperanças. Muito Blues prá todos!!!

Blues com Z - Vc começou a cantar em igrejas. Como foi isso?
Rosane –
Sim. Era católica e cantava e tocava violão nas missas e nos grupos de jovens. A partir daí, começaram os convites para cantar também em casamentos, e eventos particulares, religiosos ou não, de familias tradicionais da zona sul carioca. Simultaneamente participei de festivais de música sacra (em um deles faturei o 2ª lugar com uma canção de minha autoria em parceria com uma amiga). Em dado momento acabei integrando por alguns anos, o coral da Igreja N.S. de Copacabana, regido pelo maestro e compositor Waldeci Farias.

Blues com Z - Fale sobre sua formação musical.
Rosane
- A música entrou na vida quando ainda era feto, e minha mãe cantava pra mim em sua barriga. Minha família é extremamente musical. Quando eu era criança fazíamos freqüentes reuniões em casa, onde cantávamos de tudo; serestas, bossa nova, canções da jovem guarda, etc., inclusive fazendo arranjos vocais. Assim acabei aprendendo a gostar de músicas “antigas” e a não ter preconceito musical.
Na adolescência ouvia todo tipo de música: rock, Blues, pop, clássica e até ópera.
Há 15 anos comecei a fazer shows e bailes com uma banda de pop/rock chamada DSS, com quem fiz o último show em dezembro de 2005 para 4500 funcionáros da Petrobrás. Simultaneamente, por 8 anos fui acompanhada em carreira solo pelo Quarteto Quasar que tem em sua formação o pianista
Ricardo Proença (tocou 20 anos no Hotel Copacabana Palace e em diversas casas do Rio de Janeiro), o saxofonista/clarinetista Charles Kocerginskis (ex integrante da Rio Jazz Orquestra que tocou com renomados artistas nacionais), o baterista Zezinho Dias (filho de Oscarito e que já tocou com pérolas da música nacional) e do baixista Romildo Cardoso (que também já acompanhou grandes nomes da música nacional e internacional). Com eles me apresentei em conceituadas casas de shows da zona sul carioca, em grandes eventos fora do Rio, e no Festival de Inverno do Sesc Rio em 2005.
Hoje estudo piano clássico na Escola de Música Villa Lobos, e integro o coro de ópera da Escola.

Blues com Z - Quando vc descobriu o Blues?
Rosane
- Sempre curti o Blues, porque sempre ouvi de tudo, já tinha ido a alguns shows e festivais de Blues no Rio, mas há quatro anos fui convidada por um amigo a ir numa jam session de Blues de amigos do orkut. Tive a sorte de ir desde a segunda edição. Quando eu entrei no estúdio alguma coisa de diferente aconteceu comigo; eu tive a sensação de que aquele era o meu lugar, era uma emoção tão forte, que meu coração acelerou feito louco. Me senti como se estivesse voltando pra casa... Parece coisa de cinema, mas foi exatamente assim que aconteceu. Naquele momento eu tive a convicção de que não queria mais seguir por outro caminho. Depois de um tempo meu coração se aquietou e eu pensei: “acabaram-se as buscas, é a este mundo que eu pertenço!”. Os músicos que estavam no estúdio, dentre eles: Big Gilson, Big Joe Manfra, Jefferson Gonçalves, Maurício Sahady, me chamaram pra levar um som com eles, e a partir daí começamos a estabelecer uma bela relação de respeito e amizade.
Comecei então a estudar e a ouvir muito Blues dos Cds que ganhei do meu amigo e multi instrumentista Eduardo Mizutani, e de outras fontes. A partir daí montei um repertório de raridades do Blues, que amo cantar.

Blues com Z - Suas principais influências musicais.
Rosane
- Minhas principais influências são: Etta James, Ella Fitzgerald, Koko Taylor, Billie Holiday, Aretha Franklin e Elis Regina. Mas não posso deixar de dizer que Jimi Hendrix também me influencia com sua verdade, sua emoção, sua genialidade.

Blues com Z - Além de cantora, vc é psicóloga, bailarina, dubladora e atriz. Como vc alia tudo isso?
Rosane
- (risos) Acho que na verdade sou uma boa administradora do tempo. Sou viciada em estudo e trabalho! Primeiro me formei bailarina e atriz, depois psicóloga e cantora.
Dancei em cias. de ballet (com as quais viajei pelo Brasil), dei aulas de dança e fazia teatro. As viagens nunca coincidiam com as temporadas de teatro. Depois que comecei a trabalhar como psicóloga, dei um tempo do teatro e da dança, mas comecei a dublar e a gravar versões em português de canções estrangeiras para os filmes e desenhos; o que faço até hoje além de narrar documentários, e gravar spots pra rádios. Mas voltei aos palcos em 2005 atuando e cantando na peça “Anjo Negro” de Nelson Rodrigues com direção de Nelsinho Filho; ano em que também recebi três prêmios de melhor atriz pela minha atuação no curta-metragem “Cólera” de Leandro Davico. Os prêmios são: Kikito (do festival brasileiro e latino de cinema de Gramado), Candango (do fest de Brasília do cinema brasileiro) e Nóia (do fest de cinema de Recife).
Hoje estou totalmente voltada para as artes; dublo e canto sempre, e atuo e/ou danço apenas quando sou convidada para algum trabalho de TV, cinema ou teatro.

Blues com Z - Sua relação com os músicos de Blues.
Rosane
- Minha relação com os músicos de Blues é a melhor possível; é baseada em respeito, admiração e amizade.Das jams sessions até hoje nossas relações só se fortaleceram. Big Gilson, por exemplo, que é um músico consagrado nacional e internacionalmente, e de quem sou fã declarada não só de seu trabalho maravilhoso como também do grande ser humano que ele é, me convida a dividir o palco com ele desde o primeiro show dele ao qual fui assistir.
Já dividi o palco com diversos grandes músicos de Blues, mas não posso deixar de citar Mauríco Sahady (que tem um trabalho impecável e sempre faz questão de atestar a qualidade do meu trabalho), Otávio Rocha [(Blues Etílicos) que além de ter um trabalho inquestionável e ser reconhecido nacional e internacionalmente como um dos maiores guitarristas de slide do mundo, é meu grande amigo e orientador musical], Ugo Perrotta e Beto Werther [(os dois ex-Big Allanbik) profissionalíssimos, reconhecidos por todos os grandes músicos e também meus amigos queridos].Em uma das edições da Orkut Blues Jam conheci o Ted MccNeely (grande guitarrista e um dos vocalistas da Yellow Cab Blues Band, de Tiradentes/MG) com quem tive o prazer de levar um som super gostoso, e que me convidou para cantar com a YCBB na edição Blues Conto de Réis de 2008.Há também a Banca do Blues, onde rola um som de qualidade feito por alguns músicos que freqüentavam as jams e outros tantos do cenário carioca, onde rolam shows e canjas belíssimas. Mas não é só isso, Paulo e Denise (donos da Banca) disponibilizaram seus equipamentos pra uma jam beneficente que organizei, e diversos músicos que tocam na Banca participaram do evento levando boa música e alegria para a instituição ajudada.
Existe um homem que não é músico, mas é super respeitado e querido por todo o meio musical; o divulgador Arildo Bluesman. Ele, além de ser uma vasta fonte de informações sobre o blues/rock, integra a história do blues no Rio, e faz um trabalho belíssimo de intercâmbio entre os músicos, as casas de shows e o público. Ele tem investido de uma forma brilhante na minha carreira de blues singer.Em suma, sou uma pessoa de sorte por estar rodeada de grandes profissionais e amigos.

Blues com Z - Cite alguns Blues que vc gosta.
Rosane
- Hound Dog (Big Mamma Thornton)
The Man I Love (Etta James)
Wang Dang Doodle (Koko Taylor)
Blow Top Blues (Dinah Washington)
Drown In My Own Tears (Ray Charles)
Woodoo Woman (Koko Taylor)
Estas inclusive fazem parte do meu repertório. Gosto dos clássicos, mas adoro conhecer coisas diferentes e principalmente cantá-las. Por isso me identifico tanto com o Blues com Z, por ter raridades, por sair do lugar comum. Você, Edu Soliani, o Johnny Adriani e o Rony Vianna estão de parabéns! Sou fã do programa!

Blues com Z – Planeja gravar algum cd? Quais são seu projetos atuais e futuros?
Rosane
- O CD vai esperar um pouco mais. Vou deixá-lo pra um futuro não muito distante. No momento pretendo me dedicar a fazer alguns shows.
Dias 04 e 05 próximos serei a cantora convidada pela Yellow Cab Blues Band, a participar da 3ª Temporada de Blues de Tiradentes
(cidade histórica e turística de Minas Gerais) que acontece nos quatro finais de semana do mês de janeiro, sempre às sextas e sábados às 22h. Este é um evento que vem se fortalecendo a cada ano e que desde a sua 1ª edição tem levado nomes consagrados do Blues nacional. Será uma grande honra pra mim estar lá. Maiores informações no site da banda: http://www.yellowcab.com.br/
Dia 18 terei o imenso prazer de
dividir o palco com Renato Zanata, grande bluesman do Rio, produtor do Festival Alma Blues de Niterói, presença marcante no Blues com Z.
Fui convidada pelo Álamo Leal, músico consagradíssimo nacional e internacionalmente e referência de grandes nomes do Blues nacional, a dividir o palco ele no show que fará em fevereiro próximo.
Estou preparando um trabalho previsto para ser levado aos palcos em março de 2008.


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