MAURÍCIO SAHADY
O guitarrista carioca MAURÍCIO SAHADY é um dos pioneiros do Blues feito no Brasil. Ele será nossa atração, da próxima edição do Blues com Z (07/04), 100% Blues Brasil, numa entrevista descontraída , onde traça um panoroma do gênero praticado por aqui.
Confira aqui uma entrevista pontual com MAURÍCIO, que nos conta um pouco de sua trajetória.
Blues com Z - Sua formação musical.
Maurício – Comecei tocando de ouvido; depois, estudei um pouco de violão clássico, que me ajudou muito na técnica de tocar sem palheta.
O Blues seguiu por minha conta, ouvindo e vendo os mestres.
Maurício - Em 1979, quando vi B.B. King pela primeira vez. Era um festival de jazz que rolava em São Paulo e era transmitido na íntegra pela TV Educativa, bons tempos aqueles
Maurício B.B. King, Freddy King, Albert King, Otis Rush, T-Bone Walker, Albert Collins, Little Walter, Charlie Christian e Wes Montgomery .
Fale sobre o Blues autoral em português e dos dois primeiros cds.
Maurício – Autoral é sempre mais difícil; em português, então, mais ainda; ainda mais quando há ortodoxos que sequer admitem tal possibilidade. Paguei um preço pela ousadia: fui preterido em alguns eventos. Poderia aqui fazer uma análise dos meus dois primeiros CDs – Blues Brasileiro e Vício Valvulado – mas, no final, é a opinião dos que levaram as “bolachas” pra casa que importa: a maioria gostou dessa fusão Blues –Brasil. Um amigo me contou que suas filhas pequenas(4 e 9 anos) sabem cantar todas as faixas do Blues Brasileiro, sabem até quando entra o solo de guitarra, os metais, etc. Já ouvi muitos relatos do tipo “Maurício, aquela tua música tinha que tocar em rádio”. Isso, há um tempo atrás, teria feito muita diferença - teria apresentado o blues a muitos brasileiros que até hoje nem sabem que ele existe.
Blues com Z – Vc já se interessou em mostrar seu Blues fora do país?
Maurício – É o que tenho feito ultimamente com o Laundromat 335.
Está tocando em várias rádios da Europa: França, Itália, Dinamarca e Holanda.Tenho recebido as” playlists” e é muito legal ver o nome ao lado de nomes como Robert Cray, Eric Clapton e outros nomes importantes da história do blues. A tendência é que outras rádios de outros países também se interessem.
Maurício - Vejo, sim, um aumento do interesse no Blues, mas numa taxa bem abaixo do que seria interessante pra todo blueseiro. Claro que a internet contribui muito, mas continua aquela coisa do amigo que levou o amigo pra conhecer e, dependendo do show, o blues ganhou ou não mais um adepto.
Maurício - Primeiramente, o que vc e outros poucos estão fazendo, que é dar oportunidade aos blueseiros tupiniquins de mostrarem seus trabalhos. Aparecer em programa de televisão seria muito bem-vindo. Também é muito importante que os artistas e as bandas se aperfeiçoem, não só tecnicamente, mas na interação com o público e na performance. Separar, realmente, o que é blues do que não é. Você pode até misturar estilos, mas a pegada, o feeling e a ” maldade”
Maurício – No momento, estou correndo com o recém-lançado “Laundromat
Maurício – www.myspace.com/mauriciosahady
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