O Blues com Z publica na íntegra a entrevista que Paulo Vanzillota deu para o blog Nanquim Maldito, de Renato Zanata, o Senador Cáustico, em setembro passado.
No programa da próxima segunda (03/12), vamos conversar com o casal, ao vivo, e saber mais sobre essa iniciativa de levar o Blues para as ruas do Rio, sujeito a todas as intempéries possíveis.
Não perca!!!!!!!
Nanquim: Meu caro Paulo, uma Banca sempre pelo Blues?
Como tudo começou?
Paulo Vanzillota: O nome "Banca do Blues" foi dado pelos próprios clientes do dia-a-dia, pois invariavelmente quando entram na banca para comprar lá está o velho e bom Blues rolando. Estou naquela esquina há 14 anos e o fato de sempre ouvir o Blues e suas vertentes fez o diferencial entre outras bancas da cidade. A idéia dos shows surgiu mais tarde, no ano passado quando o destino colocou um "maluco" no meu caminho.
Nanquim: Quais os músicos do cenário brasileiro de Blues com quem você primeiro travou contato?
De que forma isso se deu e quais foram os frutos iniciais destes contatos?
Paulo Vanzillota: Sempre fui assíduo frequentador de shows de blues e posso dizer que conheço os principais nomes da cena carioca justamente por prestigiar suas apresentações. Tive a oportunidade de ver as primeiras apresentações do Baseado em Blues, Big Allambik, Beale Street. Naturalmente me tornei amigo desses caras e dessa convivência acabei adquirindo alguma experiência que mais tarde pude utilizar na produção dos shows na Banca do Blues.
Nanquim: A Banca do Blues promovendo o gênero através de shows ao vivo?
Como surgiu o projeto?
Paulo Vanzillota: Como a grande maioria também acho estranho uma banca de jornais promover shows de blues. A idéia do projeto partiu do Jolt Telek, um húngaro que rodou o mundo e resolveu morar no Rio de Janeiro. Já conhecia o Jolt de vista, quando ele deu uma canja num show do Jefferson Gonçalves no Mistura Fina. Certo dia ele apareceu na Banca e puxou um papo sobre música, shows até que me disse: "Aqui cabe um happy-hour de Blues"...Achei a idéia muito louca e fiquei enrolando o cara. Toda semana ele aparecia lá ou mandava um recado pelo Orkut, até que um dia eu decidi fazer o show certo de que seria um fiasco e a figura desistiria. Na verdade em questões de público não foi um sucesso, poucas pessoas apareceram, na sua maioria músicos. Mas fiquei impressionado com a vontade com que o Jolt e o Cláudio Sangito, seu parceiro musical, tocaram e somado às canjas de amigos como Maurício Fernandes(Garganta Seca) e Léo Ventura(Destilaria), logo ví que algo novo estava acontecendo ali. Resolvi continuar com os shows e logo mais músicos se juntavam à nossa turma, pois estava surgindo finalmente um espaço para a galera tocar e tentar renovar o cenário do Blues carioca. Contando com o apoio incondicional da minha esposa, Denise, que graças ao bom Deus também é bluseira, seguimos com os shows passando por inúmeras dificuldades, sem nenhum tipo de apoio. Aos poucos fomos adquirindo equipamentos de audio e até uma bateria pra facilitar a vida dos músicos.
Nanquim: Como foi a resposta dos músicos, público e mídia aos shows na Banca do
Blues?
Paulo Vanzillota: Em relação aos músicos confesso que esperava mais apoio da parte de alguns. Por outro lado vários outros que se juntaram a nós foram fundamentais para o sucesso da Banca do Blues. Mauricio Fernandes(Garganta Seca), Léo Ventura(Destilaria), Elvio Turczineck(The Old Blues Band) entre muitos outros nos apoiaram de todas as formas possíveis ajudando na divulgação e também na produção. Como as apresentações ocorrem no meio da rua, temos todos os tipos de público presente, desde o curioso até o músico, e pela carência de locais que abrem suas portas para o Blues tivemos uma boa resposta nesse sentido. Como toda novidade logo o boca a boca tratou de espalhá-la e consequentemente a mídia apareceu. O primeiro jornalista que nos visitou foi o Mauro Ventura(O Globo) que escolheu um feliz dia na Banca do Blues, O Tributo a Eric Clapton, que lotou a esquina. A matéria foi para o Blog do Globo On Line e a partir disso vieram O Jornal do Brasil, O Globo, Folha do Centro, além das emissoras de TV, Record, Bandeirantes, TVE e JB.
Nanquim: Por que em geral os shows de Blues não apresentam Casas cheias?
O que fazer para mudar este quadro?
Paulo Vanzillota: Vejo muitos problemas nesse sentido. Em primeiro lugar existe certa má vontade da parte dos donos de espaços dedicados a música em relação ao Blues. Dificilmente se vê um show na sexta ou sábado, o máximo que liberam é na quinta-feira, sendo que agora já se marca para terça-feira, ou seja, casa vazia na certa. Outro problema é o horário, pois se o show é na quarta-feira e começa as 23 horas, com certeza vai espantar o público que no dia seguinte vai trabalhar cedo.
Nanquim: Quais os músicos de Blues que o Paulo e a Denise apreciam mais?
Paulo Vanzillota: A Denise é fã incondicional do Eric Clapton, além de gostar também do Gary Moore, BB King, Da minha parte além desses três acrescento Fredie King e Albert King. No cenário brasileiro, além de Celso Blues Boy, gostamos muito de Big Joe Manfra, Big Gilson, Blues Etílcos, entre outros.
Nanquim: O público que curte o Blues está se renovando?
De que maneira os músicos de Blues podem colaborar para mudar este panorama?
Paulo Vanzillota: Nos shows da Banca do Blues pude observar que muitos jovens compareciam e curtiam muito, sinal de que o Blues não é "música de velhos" como alguns pensam.Acredito que a renovação do público depende também da renovação da cena local. Aqui no Rio sempre que alguma casa abre espaço para o Blues temos sempre os mesmos nomes, não questiono a qualidade desta turma, mas os frequentadores acabam não aparecendo mais nos shows pelo fato de já terem assistido àqueles artistas. Existem várias bandas no Rio em condições de tocar em qualquer lugar, mas é preciso que lhes abram as portas.
Nanquim: Quais são os atuais projetos do Paulo e da Denise e o que poderá estar pintando mais pra frente de novidade para os amantes do Blues no Rio de Janeiro?
Paulo Vanzillota: A Banca do Blues teve que suspender seus eventos devido à reclamações de um vizinho. Como não esperávamos o sucesso alcançado não solicitamos no início a devida autorização da Prefeitura. Agora já conseguimos reverter essa situação e estamos dentro da legalidade.
BANCA DO BLUES
Av. Rio Branco, 311( esq. Com Av. Pres. Wilson ), centro, Rio.
Conheça o blog da banca - Link à sua direita.
Paulo Vanzillota: O nome "Banca do Blues" foi dado pelos próprios clientes do dia-a-dia, pois invariavelmente quando entram na banca para comprar lá está o velho e bom Blues rolando. Estou naquela esquina há 14 anos e o fato de sempre ouvir o Blues e suas vertentes fez o diferencial entre outras bancas da cidade. A idéia dos shows surgiu mais tarde, no ano passado quando o destino colocou um "maluco" no meu caminho.
Nanquim: Quais os músicos do cenário brasileiro de Blues com quem você primeiro travou contato?
De que forma isso se deu e quais foram os frutos iniciais destes contatos?
Paulo Vanzillota: Sempre fui assíduo frequentador de shows de blues e posso dizer que conheço os principais nomes da cena carioca justamente por prestigiar suas apresentações. Tive a oportunidade de ver as primeiras apresentações do Baseado em Blues, Big Allambik, Beale Street. Naturalmente me tornei amigo desses caras e dessa convivência acabei adquirindo alguma experiência que mais tarde pude utilizar na produção dos shows na Banca do Blues.
Nanquim: A Banca do Blues promovendo o gênero através de shows ao vivo?
Como surgiu o projeto?
Paulo Vanzillota: Como a grande maioria também acho estranho uma banca de jornais promover shows de blues. A idéia do projeto partiu do Jolt Telek, um húngaro que rodou o mundo e resolveu morar no Rio de Janeiro. Já conhecia o Jolt de vista, quando ele deu uma canja num show do Jefferson Gonçalves no Mistura Fina. Certo dia ele apareceu na Banca e puxou um papo sobre música, shows até que me disse: "Aqui cabe um happy-hour de Blues"...Achei a idéia muito louca e fiquei enrolando o cara. Toda semana ele aparecia lá ou mandava um recado pelo Orkut, até que um dia eu decidi fazer o show certo de que seria um fiasco e a figura desistiria. Na verdade em questões de público não foi um sucesso, poucas pessoas apareceram, na sua maioria músicos. Mas fiquei impressionado com a vontade com que o Jolt e o Cláudio Sangito, seu parceiro musical, tocaram e somado às canjas de amigos como Maurício Fernandes(Garganta Seca) e Léo Ventura(Destilaria), logo ví que algo novo estava acontecendo ali. Resolvi continuar com os shows e logo mais músicos se juntavam à nossa turma, pois estava surgindo finalmente um espaço para a galera tocar e tentar renovar o cenário do Blues carioca. Contando com o apoio incondicional da minha esposa, Denise, que graças ao bom Deus também é bluseira, seguimos com os shows passando por inúmeras dificuldades, sem nenhum tipo de apoio. Aos poucos fomos adquirindo equipamentos de audio e até uma bateria pra facilitar a vida dos músicos.
Nanquim: Como foi a resposta dos músicos, público e mídia aos shows na Banca do
Blues?
Paulo Vanzillota: Em relação aos músicos confesso que esperava mais apoio da parte de alguns. Por outro lado vários outros que se juntaram a nós foram fundamentais para o sucesso da Banca do Blues. Mauricio Fernandes(Garganta Seca), Léo Ventura(Destilaria), Elvio Turczineck(The Old Blues Band) entre muitos outros nos apoiaram de todas as formas possíveis ajudando na divulgação e também na produção. Como as apresentações ocorrem no meio da rua, temos todos os tipos de público presente, desde o curioso até o músico, e pela carência de locais que abrem suas portas para o Blues tivemos uma boa resposta nesse sentido. Como toda novidade logo o boca a boca tratou de espalhá-la e consequentemente a mídia apareceu. O primeiro jornalista que nos visitou foi o Mauro Ventura(O Globo) que escolheu um feliz dia na Banca do Blues, O Tributo a Eric Clapton, que lotou a esquina. A matéria foi para o Blog do Globo On Line e a partir disso vieram O Jornal do Brasil, O Globo, Folha do Centro, além das emissoras de TV, Record, Bandeirantes, TVE e JB.
Nanquim: Por que em geral os shows de Blues não apresentam Casas cheias?
O que fazer para mudar este quadro?
Paulo Vanzillota: Vejo muitos problemas nesse sentido. Em primeiro lugar existe certa má vontade da parte dos donos de espaços dedicados a música em relação ao Blues. Dificilmente se vê um show na sexta ou sábado, o máximo que liberam é na quinta-feira, sendo que agora já se marca para terça-feira, ou seja, casa vazia na certa. Outro problema é o horário, pois se o show é na quarta-feira e começa as 23 horas, com certeza vai espantar o público que no dia seguinte vai trabalhar cedo.
Nanquim: Quais os músicos de Blues que o Paulo e a Denise apreciam mais?
Paulo Vanzillota: A Denise é fã incondicional do Eric Clapton, além de gostar também do Gary Moore, BB King, Da minha parte além desses três acrescento Fredie King e Albert King. No cenário brasileiro, além de Celso Blues Boy, gostamos muito de Big Joe Manfra, Big Gilson, Blues Etílcos, entre outros.
Nanquim: O público que curte o Blues está se renovando?
De que maneira os músicos de Blues podem colaborar para mudar este panorama?
Paulo Vanzillota: Nos shows da Banca do Blues pude observar que muitos jovens compareciam e curtiam muito, sinal de que o Blues não é "música de velhos" como alguns pensam.Acredito que a renovação do público depende também da renovação da cena local. Aqui no Rio sempre que alguma casa abre espaço para o Blues temos sempre os mesmos nomes, não questiono a qualidade desta turma, mas os frequentadores acabam não aparecendo mais nos shows pelo fato de já terem assistido àqueles artistas. Existem várias bandas no Rio em condições de tocar em qualquer lugar, mas é preciso que lhes abram as portas.
Nanquim: Quais são os atuais projetos do Paulo e da Denise e o que poderá estar pintando mais pra frente de novidade para os amantes do Blues no Rio de Janeiro?
Paulo Vanzillota: A Banca do Blues teve que suspender seus eventos devido à reclamações de um vizinho. Como não esperávamos o sucesso alcançado não solicitamos no início a devida autorização da Prefeitura. Agora já conseguimos reverter essa situação e estamos dentro da legalidade.
BANCA DO BLUES
Av. Rio Branco, 311( esq. Com Av. Pres. Wilson ), centro, Rio.
Conheça o blog da banca - Link à sua direita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário